Depois de quase sete meses, o remake de “Elas por Elas” chega ao fim nesta sexta-feira (12) na Globo com um saldo até positivo, mas que demorou muito para chegar em algo realmente interessante de se ver.
O último mês da novela inspirada na história original de Cassiano Gabus Mendes, que foi um grande sucesso em 1982, foi realmente interessante.
Reviravoltas, entrechos folhetinescos interessantes e cenas bem dirigidas, com atuações consistentes.
Mas o problema foi o miolo. A novela começou sua trajetória com um tom, mais próximo da comédia.
No seu final, virou praticamente uma trama policial, com temas mais densos e crimes aos montes.
Isso se deve especialmente a algo que os autores demoraram a perceber. Thereza Falcão e Alessandro Marson pareciam que estavam escrevendo uma novela das sete no início, e deixou mais evidenciado o erro de se escalar a produção neste horário.
Ao longo do tempo, houve correções. Mas a novela teve um miolo muito difícil de assistir. Seu desenvolvimento foi prejudicado especialmente por que os autores não percebiam que novela queriam escrever.
No fim, o tom foi achado e o resultado foi interessante. Algo positivo foi que Thereza e Marson mexeram bastante na produção, quase escrevendo uma nova novela em relação ao original. Um exemplo disso foi o casamento das amigas Carol (Karine Teles) e Natália (Mariana Santos), uma boa sacada do roteiro.
A direção de Amora Mautner também demorou a entender qual era a do remake, e foi inconstante, novamente se encontrando na reta final.
Não à toa, a audiência subiu no último mês para 20 pontos, algo que a Globo estava acostumada a marcar antes de sua estreia.
Em relação ao elenco, todo o time principal estava bem. Deborah Secco, Isabel Teixeira, Thalita Carauta, Késia Estácio, Mariana Santos, Karine Teles e Maria Clara Spinelli defenderam bem seus personagens, especialmente Isabel, que foi o grande destaque da novela ao meu ver.
Vale destacar aqui Lázaro Ramos, que compôs um diferente, mas ótimo Mário Fofoca; Marcos Caruso, na pele do vilão Sérgio Aranha, e Antonio Tabet, em sua estreia em novelas com um tipo sério, o capanga Fagundes.
De resto, o elenco coadjuvante de “Elas por Elas” foi terrível. Alexandre Borges e Mateus Solano fizeram, talvez, as piores atuações de sua carreira em televisão.
O elenco jovem merece uma citação. Felipe Bragança e Rayssa Bratilieri não são totalmente inexperientes, mas não seguraram nas cenas de emoção que foram exigidos. Mas pior mesmo foi Luan Argollo.
Em uma interpretação esquisita, Argollo lembrou Ricardo Macchi como Cigano Igor, em “Explode Coração” (1995). Foi um horror.
“Elas por Elas” teve um último capítulo sem muitas novidades. Sua trajetória termina até com o saldo positivo.
A trama foi a novela que mais teve publicidade na faixa das seis da Globo. Mas será uma versão infelizmente esquecível junto ao público. Ao menos, não foi ruim o tempo todo. Longe disso.
*GABRIEL VAQUER/folhapress
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Fonte: Paraíba Online