A mostra “Perequeté: cinema queer nordestino” apresentará ao público uma efervescente e potente manifestação cinematográfica, com nomes como Breno Baptista, Noá Bonoba, Leo Tabosa, Alexandre Figueirôa e R.B. Lima, além de um breve recorte de uma das mais prolíficas e renovadoras iniciativas do cenário cinematográfico pernambucano recente: o coletivo Surto & Deslumbramento. Mais do que se rebelar contra a condição marginal, a arte queer a utiliza como potência criadora. A mostra acontece de 14 a 31 de março no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio.
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Na cidade de João Pessoa, em meados do início dos anos 1980, um grupo de cineastas, em grande parte composto por estudantes do Curso de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba, construiu um corpo de filmes que apresentava uma estética contestadora e irreverente, denunciando o conservadorismo, o preconceito e a opressão que imperavam na sociedade ainda sob as sombras da ditadura militar.
Munidos de câmeras super-8, normalmente emprestadas pela universidade, esses realizadores lançaram um olhar criativo e enérgico sobre questões do mundo e do cotidiano. O chamado Cinema Guei contou com contribuições de nomes como Bertrand Lira, Henrique Magalhães, Pedro Nunes, Lauro Nascimento e o grupo Nós Também, que integram a sessão “A onda de filmes Queer em Super-8 da Paraíba”. A recuperação e o restauro das obras foram viabilizados pelo projeto Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros (IDFB), uma ação da associação Cinelimite.
Quarenta anos depois, uma nova geração de cineastas do Nordeste do Brasil está construindo um sólido conjunto de obras que reapropria o termo queer como um guarda-chuva para um conjunto de práticas políticas, sociais e discursivas que dão visibilidade a corpos antes marginalizados pelos circuitos de autorização da comunicação e da arte.
Para Bertrand Lira, pioneiro na abordagem cinematográfica do tema da homossexualidade na Paraíba, “O cinema paraibano até então era heteronormativo e a sexualidade jamais era tocada nos filmes anteriores. Estávamos saindo lentamente de um período de forte repressão. Os movimentos sociais estavam se reorganizando depois de duas décadas de absurdo autoritarismo. Sentimos vontade de falar de temas que nos instigavam. Estávamos fazendo história e não sabíamos”, relata o diretor de ‘Perequeté, curta em Super-8 que intitula a mostra.
PROGRAMAÇÃO
Quinta, 14/03
18h, A onda de filmes Queer em Super-8 da Paraíba: Perequeté/Baltazar da Lomba/Era Vermelho seu batom/Closes/Miserere Nobis
Sexta, 15/03
18h – Leo Tabosa: Tubarão/Baunilha/Marie/Dinho
Sábado, 16/03
17h, Sessão Noá Bonoba: O mundo sem nós/Terra Ausente/Nebulosa/Travomantra/Lalabis
19h, Surto e deslumbramento: Vênus de Nyke/O Nascimento de Helena/Sonhos
Domingo, 17/03
17h, Sessão Breno Baptista: Monstro/Bando Sagrado/Panteras
Quinta, 21/03
18h, Sessão Alexandre Figueirôa: Eternamente Elza/Kibe Lanches/Piu Piu/Recife, Marrocos/Consuella
Sexta, 22/03
18h, Sessão R.B. Lima: De Vez Em Quando, Quando Eu Morro, Eu Choro/Beso Rosado/BOYZIN/Adão, Eva e o Fruto Proibido.
Sábado, 23/03
17h – Leo Tabosa: Tubarão/Baunilha/Marie/Dinho
19h, A onda de filmes Queer em Super-8 da Paraíba: Perequeté/Baltazar da Lomba/Era Vermelho seu batom/Closes/Miserere Nobis
Domingo, 24/03
17h, Sessão Breno Baptista: Monstro/O Bando Sagrado/Panteras
Quinta, 28/03
18h, Sessão Noá Bonoba: O mundo sem nós/Terra Ausente/Nebulosa/Travomantra/Lalabis
Sexta, 29/03
18h, Sessão Alexandre Figueirôa: Eternamente Elza/Kibe Lanches/Piu Piu/Recife, Marrocos/Consuella
Sábado, 30/03
17h, Surto e deslumbramento: Vênus de Nyke/O Nascimento de Helena/Sonhos
Domingo, 31/03
17h, Sessão R.B. Lima: De Vez Em Quando, Quando Eu Morro, Eu Choro/Beso Rosado/BOYZIN/Adão, Eva e o Fruto Proibido.
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Fonte: WSCOM