Todas as vezes que morre um amigo eu me ponho a pensar na vida. Olho para trás e vejo que não tenho mais a quem pedir a benção na terra de onde venho.
Domingo morreu o jornalista Agnaldo Almeida. Fui ao seu velório e de repente senti uma sensação estranha ao olhar o corpo do meu amigo num caixão com o ar sereno como se estivesse dormindo.
Nunca mais tinha chorado, e caí num pranto enorme. Me lembrando do quanto Eu e Agnaldo vivemos. Almeida, como o chama Naná Garcez, era um filho zeloso, um pai cuidadoso, um Avô alegre.
Fez um Jornalismo sério e cuidadoso com a verdade. Fui seu Repórter quando ele era Diretor de Jornalismo do jornal O Norte, é o jornalista Marcondes Brito, superintendente dos Diários Associados na Paraíba. Um editor não gosta de desculpa de Repórter e Agnaldo não era diferente. Um dia ele deu uma pauta a uma Repórter e uma semana depois a moça veio com uma desculpa. Ele passou a pauta a outra Repórter e aconteceu a mesma coisa. Ele pediu para Nara Valusca Miranda me chamar à sua sala. Cheguei e ele me disse: “Eu tenho essa pauta e preciso da matéria. Faz pra mim”.
Três dias depois eu lhe entreguei a matéria que narrava uma fraude dos clubes de futebol da Paraíba para com um programa do governo do estado. A Secretaria de Finanças abriu uma investigação e suspendeu o programa.
Tenho muitas histórias com Agnaldo. Quando fui candidato a presidente da API marquei com amigos um encontro no Cassino da Lagoa. Quando cheguei lá estavam numa mesa Agnaldo, Paulo Santos, Walter Santos, Manoel Raposo e mais umas duas pessoas.
Eu pedi licença e me sentei à mesa deles. E iniciei uma conversa. Perguntei: “Qual o crime que eu cometi que não posso ser presidente da API?” Agnaldo levantou a voz, me fez um elogio e declarou que votava em mim. Walter fez o mesmo e eu fui eleito presidente da API.
Vá em paz, amigo.
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Fonte: WSCOM