Romance distópico ambientado em João Pessoa é lançado nesta quarta (6) na Usina Energisa

Em uma João Pessoa (PB) arrasada por um ataque de gás tóxico, um único sobrevivente decide permanecer no condomínio fechado onde vive, enterrando corpos e investigando a vida dos vizinhos mortos. Essa é a premissa de Verde gás, romance distópico de Ricardo Oliveira, que será lançado nesta quarta (6) na programação Natal na Usina, na Usina Cultural Energisa. Publicado pela  editora O Grifo, especializada em narrativas insólitas e especulativas, a obra é a estreia de Ricardo no gênero.

Verde gás foi financiado coletivamente por meio de uma campanha feita pela editora e pelo próprio autor. Finalizada em 26 de agosto deste ano, o projeto atingiu 138% da meta estabelecida, com mais de 11 mil reais levantados. Quem participou da ação, além de apoiar a existência do próprio livro, receberá brindes exclusivos que complementam a narrativa.

Jornalista e produtor de conteúdo digital, o autor traz para o livro as fortes referências de cultura pop que fazem parte da sua formação. “Produzo conteúdos sobre cinema, games, música e literatura desde a adolescência, em blogs, canais de vídeo e podcasts. Agora chegou a hora de colocar essa experiência junto do desejo de contar histórias”, comenta o autor. A obra é carregada de influências de filmes como Eu Sou a Lenda, jogos como The Last of Us e romances como A Estrada, do recém-falecido autor americano Cormac McCarthy. “Resolvi juntar essas referências e fazer a história acontecer na minha cidade”, explica Ricardo.

 

A distopia de um Brasil evangélico

A trama de Verde gás nasceu em 2018 da observação de casas e prédios abandonados no meio da capital paraibana. “Comecei a reparar que a gente tinha mini cenários pós-apocalípticos por aí. Toda rua tem uma casa velha, com mato crescendo, e isso pareceu aumentar na pandemia”, comenta o autor. “É mais triste ainda no Centro, onde a gente vê muitos prédios históricos. Parece o fim do mundo mesmo”. A gênese da obra naquele ano, entretanto, não tinha apenas a ver com arquitetura. Foi na crescente ligação entre evangélicos e política no Brasil contemporâneo que Ricardo encontrou a faísca definitiva para a história seguir. “A cultura evangélica começou a fazer parte do país de um jeito novo nos últimos anos e acho que é importante termos mais obras discutindo tudo isso, especialmente com visões de dentro”, explica. O autor revela ter longa experiência na vivência com denominações evangélicas, desde a infância. “Isso aparece na narrativa em épocas e contextos diferentes, colocando o personagem diante de dilemas de fé desde a puberdade até a vida adulta nas eleições de 2018”, complementa.

 

Lançamento e turnê de eventos

O lançamento de Verde gás acontece nesta quarta (6), às 19h, na programação Natal na Usina, na Usina Cultural Energisa. Um bate-papo será mediado pelo jornalista André Cananéa, com participação de Ricardo Oliveira e da autora Isabor Quintiere, que também lança a obra Rituália. Na ocasião, as obras estarão disponíveis à venda e haverá momento de autógrafos ao final. A entrada é franca.

O evento do dia 6, entretanto, é apenas o pontapé inicial de uma série de programações de Verde gás. Nos dias 9 e 10, das 14h às 21h, o autor estará na programação da conveção Top!Top!, no Espaço Cultural. Além da obra, Ricardo apresentará outros trabalhos, como contos, fanzines, cartazes e itens colecionáveis. Já no dia 14 (quinta), às 19h, é a vez de conversar com o autor Tiago Germano no bate-papo “João Pessoa Distópica: ligando alertas para o futuro”, evento de lançamento de Verde gás na Livraria A União, no Espaço Cultural. Por fim, nas programações de dezembro, o autor participará da Virada Nerd, na Livraria Leitura, no dia 17, às 18h. Ele será entrevistado por Edu Chevalier, do podcast The Nerd Theory, e o evento é gratuito.


 

Site da editora O Grifo: www.ogrifo.com.br

Redes sociais do autor: https://linktr.ee/ricardoollliveira

 

Sobre o autor

 

Ricardo Oliveira é jornalista, paraibano e pai do Theo. Nascido em 1986, escreve sobre cultura pop em blogs desde os 14 anos. Verde gás é o seu romance de estreia na ficção especulativa, trazendo uma narrativa distópica para a capital da Paraíba, João Pessoa. Tem mestrado em comunicação pela UFPB e já publicou digitalmente a seleção de minicontos Eu Te Filmei e Isso Não Fez de Mim um Cineasta, de 2020. Em junho, o autor publicou na Amazon o conto “Mais Uma Ficha”, inspirado em videogames antigos. O e-book passou duas semanas entre os 10 mais baixados na categoria de ficção científica da plataforma.

 

Bruno Ribeiro (autor de Porco de Raça) sobre Verde gás:

 

“Durante a sua odisseia de coveiro de si e dos outros — um ladrão de intimidades no fim do mundo —, João precisa entender onde foi que ele errou para ter parado onde se encontra atualmente: no fim dentro do fim, restaurando casas como se estivesse remendando as fraturas da vida, “sepultando o mundo inteiro”. Porém, mal sabe ele, é impossível remendar um apocalipse. Seja os nossos, seja o do mundo. O verde é total.”

 

Débora Ferraz (autora de Enquanto Deus não está olhando) sobre Verde gás: 

“Os elementos do pop (ficção distópica e coming of age) dão forma a um Nordeste contemporâneo e mostram que, às vezes, a gênese do Mal está justamente em acreditar que tudo o que se colore de verde há de ser a esperança. Mais do que isso, é uma saga política sobre como essa coisa sem-nome, essa coisa verde, se espalhou entre nós com cara de inofensiva”.


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Fonte: WSCOM

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