Engie faz compra de R$ 3,2 bi, Natura avança com venda da The Body Shop e o que importa no mercado.
*NATURA DEVE VENDER MAIS UMA*
A Natura disse que fechou um acordo de exclusividade com a gestora de investimentos alemã Aurelius Investment para uma potencial venda da marca The Body Shop.
O anúncio vem dois meses depois de a multinacional brasileira ter anunciado que avaliava a venda da britânica.
Segundo a Sky News, o acordo deve ser fechado em novembro e avaliaria a The Body Shop em um patamar “substancialmente inferior” à faixa de 400 milhões de libras (R$ 2,4 bi) a 500 milhões de libras (R$ 3 bi), citada em outras notícias.
A The Body Shop tem cerca de 2,8 mil lojas em mais de 70 países, vendendo produtos para cabelo, rosto, corpo e maquiagem.
Ela já foi ícone de cosméticos sustentáveis, com uma postura ativista sobre o consumo de produtos de beleza, mas, para a Natura, a marca britânica envelheceu e precisa ser repaginada.
A marca foi comprada da L’Oréal pela multinacional brasileira em 2017 por 1 bilhão de euros (R$ 5,3 bi, na cotação atual).
Na época, a Natura apostava em sua estratégia de internacionalização, que também envolveu a compra da americana Avon, em 2020, e da australiana Aesop, em 2013 –esta foi vendida para a L’Oréal em abril deste ano, por US$ 2,5 bilhões (R$ 12,5 bi).
Agora, a estratégia é inversa. A empresa quer se “desinchar”, diminuir a alavancagem (endividamento) e voltar a se concentrar nas suas duas grandes marcas – Natura e Avon.
*ENGIE COMPRA PARQUES SOLARES AVALIADOS EM R$ 3,24 BI*
A Engie anunciou nesta segunda a compra de cinco usinas solares da Atlas, que foram avaliados em R$ 3,24 bilhões, incluindo dívidas.
Em números: ela irá pagar R$ 2,27 bilhões pelo ativo, e irá assumir um endividamento líquido da Atlas de R$ 971 milhões.
A capacidade instalada somada dos parques solares de Juazeiro (BA), São Pedro (BA), Sol do Futuro (CE), Sertão Solar (BA) e Lar do Sol (MG) é de 545 MW (megawatts).
Eles se somam aos cerca de 10 GW (gigawatts) de capacidade instalada que a Engie tem no país.
O que explica: a Engie disse que a compra se encaixa no seu plano de seguir investindo em energia renovável.
A estratégia vai na linha da adotada pela matriz francesa, que também pressionou a subsidiária brasileira para que ela se desfizesse da usina de carvão Pampa Sul, seu último ativo de geração com fonte fóssil, que foi vendido em maio deste ano.
Os projetos adquiridos da Atlas já estão em operação, e a maioria tem energia com contratos no mercado regulado (atendido pelas distribuidoras).
A Atlas disse que irá reinvestir o valor recebido na transação no desenvolvimento de novos projetos renováveis no país.
Ela manterá um portfólio de mais de 1,8 GW de capacidade instalada no Brasil, que inclui dois parques fotovoltaicos em construção em Minas Gerais. Um deles deve ser a maior usina solar da América Latina, disse a empresa.
*REAÇÃO DA HUAWEI LEVA TIM COOK À CHINA*
Faz dois meses que Tim Cook, o CEO da Apple, passou a ter que se preocupar com uma antiga concorrente: a chinesa Huawei.
Foi nesse período que a fabricante surpreendeu o mercado ao lançar o Mate 60 Pro, seu novo smartphone com chip para conexão 5G, que se tornou um sucesso de vendas.
Quem conta é o correspondente da Folha na Ásia, Nelson de Sá.
Em números:
1,6 milhão de unidades do Mate 60 Pro foram vendidas em apenas um mês e meio no mercado chinês, de acordo com as consultorias Counterpoint, Jefferies e Canalys.
4,5% foi a queda de vendas do iPhone 15 na comparação com o modelo anterior, iPhone 14, nas primeiras semanas pós-lançamento.
Por que o lançamento foi uma surpresa: a fabricante chinesa está impedida pelo governo dos EUA de comprar chips da taiwanesa TSMC, que usa tecnologia em parte americana.
A proibição, de três anos atrás, havia praticamente tirado a Huawei do mercado de smartphones, dada a dificuldade para reproduzir a tecnologia da TSMC.
Mas o anúncio do Mate 60 Pro, com chip desenhado pela Huawei e fabricado pela também chinesa SMIC, reanimou clientes locais.
A empresa passou a ocupar 12,9% do mercado chinês de smartphones, perto de voltar a superar a Apple, que tem 16%.
Apple contra-ataca: a fabricante americana entrou em modo contenção de danos, com a ida de seu CEO à China para ver autoridades e fornecedores –e baixar preços.
A viagem também é interpretada como um freio à estratégia que vinha sendo tocada pelo executivo, de direcionar parte da capacidade produtiva da China para a Índia, em meio a sanções de Pequim.
*DESABASTECIMENTO NA ARGENTINA*
A Argentina vive uma crise de escassez de combustível que já dura quatro dias e motiva troca de acusações entre os dois candidatos na eleição presidencial do país.
O ministro da Economia Sergio Massa acusa as empresas de estarem estocando e especulando com o produto antes das eleições.
O ultraliberal Javier Milei diz que a culpa é do governo, que coloca um preço teto para o combustível e gera sua escassez, segundo ele.
Enquanto isso, os argentinos sofrem em busca de postos abertos e, quando encontram, têm de enfrentar filas, relata a correspondente da Folha no país, Júlia Barbon.
As empresas YPF (estatal), Raízen (ligada à Shell), Trafigura (Puma) e Axion disseram no sábado que estavam atuando no limite, mas que o abastecimento iria se reestabelecer nos próximos dias.
O que explica o desabastecimento: elas culparam a explosão da demanda, o feriado, as eleições e o início do período de plantio no campo. Mas especialistas afirmam que o principal motivo está na instabilidade política e econômica que a Argentina sofre.
Além do controle de preços internos incentivar as exportações, a disparada do dólar após as eleições pode ter contribuído para uma corrida aos postos, agravada pelas notícias sobre filas e medo de desabastecimento total.
*ARTUR BÚRIGO/ FOLHAPRESS
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Fonte: Paraíba Online