Eclipse solar anular acontece no sábado; astrônomo explica fenômeno e oftalmologista alerta para cuidados na observação

Neste sábado (14), ocorrerá o chamado eclipse solar anular, um dos eventos astronômicos mais esperados do ano. O fenômeno ocorre quando o Sol, a Lua e a Terra estão alinhados, e o satélite natural está entre a estrela e o planeta. O alinhamento se dá em razão do movimento da Terra ao redor do Sol e da Lua ao redor do nosso planeta, já que não é um curso circular perfeito. Quando esse alinhamento eventual ocorre, pode haver um eclipse total, parcial ou anular.

“Esse eclipse é um eclipse singular, porque nós temos basicamente três tipos de eclipse. O eclipse parcial, quando a Lua bloqueia parcialmente o Sol. O eclipse total, quando a Lua bloqueia totalmente no seu máximo o disco solar, e esse vai ser um eclipse anular, que é uma situação que a Lua não consegue bloquear totalmente o disco solar. Porque a Lua tem uma órbita em torno da Terra, em forma de elipse. Então, a hora ela se aproxima da Terra e a hora ela se afasta da Terra um pouquinho na sua órbita, esse ponto onde vai ocorrer aqui agora, é o ponto do apogeu da Lua, ou seja, quando ela vai estar mais distante da Terra, então por isso o tamanho aparente dela é um pouco menor do que o tamanho do Sol”, explicou o astrônomo mineiro Cristovão Jaques, em entrevista a CBN João Pessoa.

No Brasil, o começo do eclipse parcial será às 14h05min, enquanto a anularidade começará às 15h52min (horário de Brasília), com fim previsto para 16h48min, e poderá ser vista em regiões do Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco poderão apreciar o eclipse anular. No restante do país, o fenômeno será visível como parcial.

As capitais Natal, no Rio Grande do Norte, e João Pessoa, na Paraíba, são as únicas que estão no caminho da anularidade, onde o Sol forma um “anel de fogo” ao redor da Lua, e contemplarão o eclipse em sua maior magnitude – 0,953 e 0,949, respectivamente. Em ambos os locais, o evento começa por volta das 15h30 até quase 16h50, com duração da anularidade máxima em torno de 3,5 min.

Segundo o astrônomo, na Paraíba, além de João Pessoa, outro local onde irá ocorrer observação do fenômeno é o município de Araruna. A cidade irá receber o 23º Encontro Nacional de Astronomia (ENAST), que acontece de 12 a 14 de outubro, reunindo astrônomos profissionais e amadores, além de entusiastas, estudantes e educadores, com o objetivo de compartilhar experiências e pesquisas para o desenvolvimento e difusão da astronomia no Brasil.

O último eclipse anular do Sol aconteceu em junho de 2021, mas não pôde ser visto do Brasil. O próximo, após o de 14 de outubro, ocorrerá em 2 de outubro de 2024.

infografico mostra trajetória do eclipse

 

Cuidados ao observar o eclipse

Embora esta seja uma oportunidade única para a observação de um eclipse, esta atividade não é simples e exige cuidados. O oftalmologista paraibano Oswaldo Travassos alerta que não é seguro olhar diretamente para o Sol, pois podem haver danos permanentes para a visão. Ele explicou que os raios solares captados pelos olhos podem

“Em uma fonte luminosa intensa existem raios que alguns podem ser nocivos aos olhos, outros nem tanto, mas o sol não pode ser observado diretamente, entram raios que são o ultravioleta e o infravermelho, e o excesso de luminosidade que chega aos olhos, então não dá para olhar nem a olho nu, nem com óculos comum, sabendo que ele tem um filtro de ultravioleta porque ele sai da ótica, é lei com no máximo de até 2% de deixar passar raios ultravioleta, mas esses raios são para capturas indiretas de reflexão ambiental, não para ser olhado diretamente ao sol”, disse o médico.

Ele ainda destacou que, para observar o eclipse, o ideal é usar óculos específicos para observação ou filtros de solda número 14 ou maior. “A gente lembra que a pessoa precisa de ter uma proteção que das mais comuns e fácil de aquisição é um filtro que os soldadores usam que tem uma gradação é a número 14.”

Segundo o oftalmologista “mesmo que poucos raios luminosos entrem nos olhos, eles são acumulativos. A nossa retina, ela guarda. Se uma pessoa hoje pega 10 segundos de ultravioleta e um ano depois pega mais 10 segundos, o efeito é até muito superior a 20, de modo que é bom assistir o evento com esses cuidados”, destacou o especialista.

 


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Fonte: WSCOM

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