Como parte do meu trabalho, a cada semana eu leio muito conteúdo sobre dados, tecnologia e inteligência artificial (apelidada de IA). Eu faço uma seleção e envio para você os melhores, todos os domingos.
Esta semana, a pedido de nossos leitores, vamos colocar a mão na massa. O entendimento do momento atual e de sua importância está claro, porém ainda existe uma barreira: como começar! Movimento gera movimento. Vamos nessa?
O chique é ser simples
Quando comecei a escrever ‘O Joio do Trigo’, meu objetivo principal era (ainda é) apoiar os interessados no assunto a navegar por esse momento ao mesmo tempo interessante e repleto de ruídos. Ao co-fundar a Datarisk, nos deparamos com um desafio semelhante. Iniciamos discussões sobre modelos preditivos e IA em um país que, naquela época, começava a debater sobre a governança de dados. Nesse contexto, precisávamos ter cuidado para não sermos vistos como uma ‘moda passageira’ sem aplicações práticas.
Vou compartilhar um caso para ilustrar melhor. Uma grande empresa na área da saúde nos pediu ajuda para localizar pessoas no Brasil com uma doença rara, cujo diagnóstico costumava levar em média sete anos. Um dos grandes desafios dessa doença é que ela é degenerativa, então, quando finalmente era descoberta, a vida do paciente já estava gravemente afetada. Com a colaboração da equipe de campo dessa empresa, médicos, dados e IA, conseguimos elaborar uma lista de hospitais com maior probabilidade de receber pacientes com essa patologia. Dessa forma, a equipe desses hospitais foi capacitada a identificar os portadores de forma eficiente. O braço de doenças raras dessa companhia, em colaboração com a Datarisk, recebeu um reconhecimento global. Esse exemplo serve para demonstrar que, além de ter um grande propósito, problemas reais e complexos podem ser abordados de maneira eficaz.
Nesta semana, tive conversas com diversos executivos e parceiros, e percebi algo interessante. Acredito que todos já compreendemos que a era da IA está apenas começando, como disse Bill Gates, frase que costumo usar para encerrar nossas reflexões no Joio do Trigo. No entanto, agora sinto que enfrentamos um segundo desafio (e nós adoramos desafios): como podemos realmente usar isso na prática? Nas últimas edições, tenho abordado um pouco essa questão, mas hoje vou apresentar um roteiro prático que pode ser facilmente aplicado. Isso ajudará você a começar a conectar os pontos, o que de fato transforma o jogo.
Vou começar com o ChatGPT. Para utilizar, basta acessar o site, e criar um login e uma senha:
Inicie com a versão gratuita e, caso necessário, faça a mudança. Como você pode utilizá-la? Vou compartilhar minha experiência: eu a uso bastante para aumentar minha produtividade. Por exemplo, ao ler um relatório e me deparar com um termo desconhecido, normalmente tínhamos que fazer uma busca em algum site para compreendê-lo, o que muitas vezes levava mais tempo do que a leitura do relatório original.Digamos que o termo seja ESG, eu pedi ao ChatGPT o seguinte:
“Explique o termo ESG de uma forma que um adolescente em fase escolar consiga compreender”
Este foi apenas um exemplo. Você pode ser criativo nas perguntas e na forma de usá-lo. Esta é apenas uma das muitas maneiras pelas quais a ferramenta pode ser o seu copiloto.
Agentes
Uma ferramenta bastante útil são os chamados agentes autônomos baseados em IA. Ou seja, soluções que empregam toda essa tecnologia, mas possuem um objetivo final definido por você. A partir desse objetivo, o agente estabelece (e executa) as tarefas necessárias para alcançá-lo. Um exemplo é o AgentGPT. Você pode acessá-lo e criar sua conta no site:
Pedi ao agente que escrevesse um programa para entrar no site IMDb e fazer uma lista dos 10 filmes mais populares, incluindo a classificação, os diretores e a sinopse. Você pode estar pensando: Jhon, eu não sei programar. Não se preocupe, o agente cuidará de tudo. Veja você mesmo:
Carinhosamente, chamei o agente de MovieGPT e descrevi o que espero que ele faça, com a maior clareza possível. Em seguida, o próprio agente definiu quais tarefas seriam necessárias (coluna à direita) e começou a elaborar o código de programação. Ele mesmo executará o código, e nós receberemos apenas a lista com os filmes.
Após cerca de 5 minutos, o agente começou a apresentar os primeiros resultados. Como se trata de uma ferramenta bastante recente, é evidente que podem surgir inconsistências. Pensando nisso, a empresa que a desenvolveu permite uma configuração na qual é possível aprovar as tarefas do agente e até mesmo inserir manualmente uma tarefa que o agente pode não ter considerado.
Criei um exemplo simples e ilustrativo com filmes, mas é possível realizar diversos tipos de pesquisas, incluindo análises de mercado e de concorrência. Portanto, aqui a sua criatividade é o limite.
Imagine uma empresa prestes a lançar um novo produto. Ela poderia usar um agente como este para pesquisar diversas fontes e compreender profundamente as necessidades e discussões dos potenciais clientes por região. Portanto, pense nos agentes como assistentes incansáveis, coletando informações 24/7 para auxiliar na tomada de decisões, seja na vida pessoal ou profissional.
Uma combinação poderosa é a de ferramentas conhecidas como NoCode com as tecnologias de IA atuais. As ferramentas NoCode são plataformas que permitem a criação e o desenvolvimento de soluções sem a necessidade de habilidades avançadas em programação. Atualmente, existem diversas opções disponíveis. Se fizermos um exercício de memória, muitos de vocês se lembrarão do ‘Wix’, que permitia que qualquer pessoa criasse e publicasse um site, mesmo que fosse simples.
Um exemplo atual é a solução oferecida pela Hexomatic, que oferece a possibilidade de fazer upload dos seus próprios dados para realizar análises simples. Ela conta com diversas integrações com fontes de dados variadas, que podem ser habilitadas facilmente, sem a necessidade de programação. A solução também possui ferramentas que permitem automatizar o processo definido, possibilitando a execução em um intervalo de tempo preestabelecido.
Para ilustrar, realizei uma busca por restaurantes (supondo ser a minha persona) utilizando o Google Maps em um bairro específico de uma cidade do país. A seguir, apresento um resumo dos tipos de culinária e das avaliações atuais dos estabelecimentos que encontrei:
A partir da pesquisa, também obtive os respectivos sites e telefones dos estabelecimentos. Essas informações podem ser utilizadas para possibilitar um contato direcionado pela equipe comercial, aumentando assim as chances de fechamento de negócios. Essa é apenas uma ilustração simples, mas a solução permite que você explore sua criatividade para gerar listas de potenciais clientes qualificados. A era da IA está apenas começando! 🙂
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