O Belo tem dessas coisas, não é mesmo?
Claro, seria mais justo dizer que o futebol é assim mesmo e todo ele tem dessas coisas.
É mais geral. Menos pessoal. Mais honesto com o jogo e com o imponderável que o esporte proporciona.
Mas, diante do cenário posto, do empate amargo em 1 a 1 com o São José, da sensação sufocante de “quase”, permitam-me ser mais cirúrgico. Esquecer tudo o mais, focar no micro, reclamar da vida como se tudo fosse uma grande armação, pessoal e intransferível, contra os torcedores botafoguenses.
O Belo tem dessas coisas, ora.
Só pode ser.
Duvida? Pois veja comigo.
Era uma sequência de três vitórias seguidas, jogo em casa, contra uma equipe que está mais para trás na tabela, beneficiado por tropeços dos adversários diretos da parte de cima, precisando “apenas” vencer para chegar à liderança da Série C.
Eu nem me lembro da última vez que o Belo foi líder da Série C.
Aliás, lembro sim.
Foi ano passado, após vencer fora de casa do Vitória, por 1 a 0, no Barradão. Mas ali era a sexta rodada, ainda início de competição, muito a acontecer ainda. Como de fato aconteceu e o Botafogo-PB foi decaindo até a eliminação.
Vou dizer melhor, então.
Eu nem me lembro da última vez que o Belo foi líder da Série C numa rodada tão avançada, tão limítrofe, num instante tão decisivo.
E não me lembro porque isso simplesmente não aconteceu ainda.
Aconteceria ontem. E tudo estava dando certo para acontecer.
Fez 1 a 0, jogava melhor, criou chances para ampliar. Nada! Ficou no 1 a 0 mesmo.
Ainda assim, estava bom.
Vamos comemorar?
Vamos, claro!
Música, batucada, euforia, celulares ligados na arquibancada, festa, abraços… gol de empate!
Não foi desta vez.
O Botafogo-PB segue na terceira colocação.
É bom. Não dá para reclamar. São seis pontos de vantagem ao primeiro fora do G8, praticamente classificado, vivíssimo na luta pelo acesso.
Mas…
O Belo tem dessas coisas mesmo.
Aquele gosto de liderança, arrancado nos instantes finais, deixou uma estranha sensação de frustração nos torcedores que compareceram ao Almeidão em bom número.
Paciência!
Na ilusão de ser feliz, a gente vive o futebol mesmo é para sofrer.
Clique aqui para ler a notícia em seu site original
Fonte: Jornal da Paraíba