Unidade de níquel e cobre da Vale é avaliada em R$ 122 bi, o prejuízo do fundo do Pátria e o que importa no mercado nesta sexta-feira (28).
**VALE SEPARA UNIDADE DE NÍQUEL E COBRE**
A Vale comunicou nesta quinta (27) que vendeu 13% de sua divisão de metais básicos à saudita Manara Minerals e ao fundo americano Engine No.1 por US$ 3,4 bilhões (R$ 16 bilhões).
O ativo, que chegou a ser disputado por fabricantes de automóveis e outras mineradoras, foi avaliado em US$ 26 bilhões (R$ 122,7 bi).
Entenda: a unidade de metais básicos se encaixa na agenda da transição energética por produzir níquel e cobre, materiais utilizados na bateria dos carros elétricos –por isso o interesse das montadoras no negócio.
O que explica: a ideia da Vale ao separar o ativo de sua operação principal, a extração de minério de ferro, é destravar seu valor.
A mineradora acredita que, ao andar com as próprias pernas, a divisão terá mais autonomia com seus recursos, que devem somar US$ 30 bilhões (R$ 144 bilhões) em investimentos na próxima década.
A exploração de níquel está concentrada na mina do Canadá, unidade que é a maior produtora do metal na América do Norte e tem desde o ano passado um acordo para fornecimento da matéria-prima para a Tesla, de Elon Musk.
A produção do cobre está concentrada no Brasil, que inclui o maior depósito do país, no município de Marabá (PA).
Quem é quem:
Manara Minerals: é uma parceria entre a estatal saudita Ma’aden e o fundo de investimentos públicos da Arábia Saudita. Ela terá 10% da unidade de metais básicos da Vale, no maior investimento do país no exterior e o primeiro em mineração.
Engine No.1: a gestora de investimentos ativista ficará com os outros 3%. Ela se destacou recentemente por vencer uma batalha interna com a petroleira Exxon por assentos no conselho da companhia, que passou a focar mais em energia limpa desde então.
**QUANDO O PREJUÍZO PODE SER MAIOR QUE 100%**
Você já ouviu aquela história de que o potencial de valorização do seu investimento é infinito, enquanto as chances de perda se limitam a 100%, ou seja, o dinheiro aportado virar pó?
Alguns casos mostram que isso não é verdade.
Chamou a atenção do mercado nesta semana um fato relevante divulgado por um dos fundos do Pátria, que é uma das maiores gestoras do país, com cerca de R$ 135 bilhões em ativos.
O documento informava que o valor da cota havia passado de R$ 10,55 para R$ 301,04 negativos no dia 19 de julho.
Entenda: um valor negativo significa que os cotistas terão que aplicar uma nova quantia de dinheiro –além da grana que eles colocaram na época da captação– para sanar as contas do fundo.
Estamos falando aqui do Pátria Special Opportunities II Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, de investimento em shopping centers.
O que aconteceu: esse fundo tem o “II” no nome porque ele foi criado para “salvar” seu antecessor, aberto pelo Pátria em meados de 2010, explica o repórter Lucas Bombana. Na época, o primogênito levantou cerca de R$ 1 bilhão sob a estratégia de investir em shoppings no interior do Brasil.
As contas começaram a não fechar alguns anos depois, a partir da derrocada da economia que levou à recessão e afetou o consumo dos brasileiros.
Com R$ 2 bilhões em dívidas desses shoppings, os gestores do Pátria pediram aos cotistas do Fundo I um aporte de capital de R$ 300 milhões, mas houve resistência.
A solução encontrada foi estruturar o Pátria Special Opportunities II, com R$ 50 milhões e cerca de 50 investidores, entre eles os próprios sócios do Pátria.
Só que veio a pandemia e os shoppings fecharam, enquanto os custos para mantê-los continuaram. O Pátria, então, começou a vender nos últimos anos os 13 shoppings da carteira.
Os últimos quatro, negociados em julho, vieram com uma condição do comprador: assumir dívidas e outros custos, de cerca de R$ 15 milhões. Esse valor será dividido entre os cotistas para que o fundo possa ser encerrado.
(ARTUR BÚRIGO – FOLHAPRESS)
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Fonte: Paraíba Online