A 23ª Fenearte, que acontece de 05 a 16 de julho, sob a temática “Loiceiros de Pernambuco – Arte da Terra, Poesia das Mãos” vem com novidades em sua área territorial, além do Centro de Convenções, na cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife.
A feira irá se estender e interagir com outros equipamentos culturais entre as cidades do Recife e Olinda. Considerada a maior mostra de artesanato da América Latina irá criar vínculos com movimentos paralelos no design, na moda, nas artes visuais e na gastronomia.
Circuito Fenearte
Para isso, o Governo de Pernambuco, por meio da Empetur, Fundarpe, Secretaria Estadual de Cultura, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe) e Secretaria de Turismo cria uma sinergia ao instituir o Circuito Fenearte, para outros 50 estabelecimentos.
Entre museus, galerias de artes, como o Cais do Sertão, onde acontece o ART- PE, iniciativa do arquiteto Diogo Viana, de 11 a 16 de julho, dialoga também com a mostra do Design Week, que acontece em São Paulo e inclui uma atividade no edifício Pernambuco, no bairro de Santo Antônio.
Ainda no universo do design, o Museu Cais do Sertão acolherá a exposição “Sertão sobre Sertão”, do designer de mobiliário Fábio Melo. O salão principal do Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa estará com a mostra “Tapeçaria Timbi: Bordando as Obras do Mestre J. Borges”.
Além dessa inovação de ampliar seu território, o Governo irá fazer, pela primeira vez, um Estudo da Cadeia Produtiva do Artesanato sob a ótica de quatro eixos: mercado; economia criativa; artesãos e os territórios originais dos profissionais.
“Vamos com essas inovações ativar e promover mais diálogo entre as áreas do turismo, da economia, das artes, da gastronomia e do design”, afirmou a diretora geral de Promoção da Economia Criativa, da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe) e a Executiva da 23ª Edição da Fenearte, Camila Bandeira.
Segundo Camila, essa ampliação com outros equipamentos culturais entre Recife e Olinda, se deu pela identificação de que mais de 80% dos visitantes da Fenearte eram de Pernambuco.
“Faz-se necessário crescer, além do ambiente do Centro de Convenções e , dessa forma, capilarizar para outros equipamentos. O artesanato dialoga com outras culturas como a gastronomia , o design”, acrescentou a gestora.
Política Pública
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, destacou sua preocupação em maximizar o retorno econômico para os artesãos e sua determinação em tratar a arte como uma política pública.
“Envolver outras temáticas, levar a Fenearte para outros 50 espaços culturais no Recife e Olinda atrai mais turistas e outros personagens de nossa economia que, muitas vezes, podem ir a um outro espaço e, dessa forma, haver as conexões. A Fenearte é um expoente da grandeza cultural de nosso Estado”, declarou.
Para este ano, o Governo de Pernambuco destinou R$ 8 milhões, por meio de recursos da Adepe (Agência de Desenvolvimento de Pernambuco) e tem a expectativa de um retorno de R$ 40 milhões para a cadeia econômica envolvida na Fenearte. Durante 12 dias, deve receber aproximadamente 300 mil visitantes.
Estão sendo esperados mais de 5 mil expositores, entre artesãos de Pernambuco, de todo o Brasil e de diversos países, que vão ocupar cerca de 25 mil metros quadrados do pavilhão do Cecon-PE.
“Esses números podem ser até mais, por isso a importância de fazermos pela primeira vez, um estudo de toda cadeia produtiva do artesanato”, declarou a governadora.
Gastronomia e arte à luz dos Loiceiros
Alguns setores já conhecidos pelos frequentadores da Fenearte trarão novidades, como a Cozinha Fenearte, que ganhará o restaurante Pernambuco à Mesa, onde serão servidos, entre outros, os pratos elaborados nas aulas de gastronomia que há edições fazem parte da programação.
Ainda na gastronomia, em parceria com o Instituto César Santos, que assina a Cozinha Fenearte, 10 restaurantes entre Recife e Olinda farão parte do Circuito Fenearte, com cardápio especial. São eles: Altar Cozinha Ancestral; Bar do Cabo; Cá-Já; Cais Rooftop; Chica Pitanga; Oficina do Sabor; Moendo na Laje; Retetéu Comida Honesta; São Pedro; Vieira.
No mezanino do pavilhão, a exposição “As Loiceiras de Tacaratu – A Arte Milenar das Mulheres do Meu Sertão”, com fotografias de Ana Araújo, apresentará a tradição da loiça no município pernambucano; um saber difundido pelo povo Pankararu que lá habita.
As loiças terão destaque também no Espaço Janete Costa, que, aliás, continua com o projeto Conversas Instigantes, de palestras com artesãos, artistas, designers e produtores.
A programação conta, ainda, com o Palco Cultura Popular e o Palco Alternativo, com shows diariamente; a Passarela Fenearte, com desfiles de moda, e as Oficinas Fenearte, com aulas de técnicas em cerâmica, como a fabricação de utilitários; técnicas têxteis, como macramê e renascença; e técnicas de reaproveitamento de materiais, como bordado com sacolas plásticas e produção de instrumentos percussivos a partir de sucata.
Mix de setores produtivos
Assim como nas edições anteriores, a 23ª Fenearte contabiliza mais de 30 setores. No maior, dedicado a artesãos pernambucanos, são 305 estandes.
Outros 68 expositores pernambucanos vão ocupar o estande do Sebrae-PE. Também participam os Sebraes do AM, CE, RN, MG e ES. A feira terá estandes de oito etnias indígenas, 73 municípios pernambucanos, 40 associações, todos os estados brasileiros e 27 países.
A temática
O tema deste ano faz um resgate histórico da arte feita com barro. Todo o artesanato brasileiro em cerâmica tem sua origem nas peças utilitárias produzidas desde os povos originários, tendo como objeto principal as panelas. Ao homenagear os loiceiros, a Fenearte toca na ancestralidade de um ofício preservado por loiceiros em todo o território pernambucano.
Diretor de Conteúdo da Fenearte, Lúcio Omena observa que artesãos consagrados pela arte figurativa em barro foram formados pela arte utilitária, como Maria Amélia, de Tracunhaém, e Vitalino, de Caruaru, que tiveram pais loiceiros. Omena ressalta a importância de trazer a loiça para o centro das atenções pelo tanto que ela simboliza para além do objeto que é: “A loiça representa muito mais do que uma panela, é a mesa pernambucana, a nossa cozinha e a nossa afetividade em acolher”.
A arte utilitária inspira também toda a cenografia, que novamente é assinada pelo arquiteto Carlos Augusto Lira. “Esse tema é de muita afetividade para mim, como acredito que seja para a maioria das pessoas do Nordeste. Para provocar um impacto, logo na entrada teremos potes com mais de dois metros de altura”, revela o arquiteto.
Serviço
23ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte)
Quando: 5 a 16 de julho
Onde: Centro de Convenções de Pernambuco
Horário: 14h às 22h – de segunda sexta-feira; 10h às 22h – sábado e domingo
Valores dos ingressos: segunda a sexta-feira – R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia); sábado e domingo – R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia)
Clique aqui para ler a notícia em seu site original
Fonte: WSCOM