Internet via satélite avança, startup do agro capta R$ 5 mi com ‘armadilha’ para praga e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (26).
**STARTUP DA SEMANA: TARVOS**
Fundada em 2017, a agtech (startup do agro) fornece monitoramento digitalizado de pragas no campo.
EM NÚMEROS
A startup anunciou ter recebido um investimento de R$5 milhões em uma rodada seed (entenda aqui as etapas de investimento em startups).
Foi o terceiro aporte recebido pela Tarvos, sem contar o apoio de instituições públicas, como Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
QUEM INVESTIU
A rodada foi liderada pela ACE Ventures (braço de venture capital da aceleradora) e também teve participação de Fundepar, BossaNova e a GVAngels (rede de investidores anjo formada por ex-alunos da FGV).
QUE PROBLEMA RESOLVE
A empresa diz ter uma “armadilha inteligente” para identificar, com a ajuda de inteligência artificial, as pragas na lavoura em tempo real.
Assim que uma praga é detectada pelas estações e as condições ambientais indicam um risco de surto na fazenda, é emitido um alerta automático ao WhatsApp do produtor sobre o que fazer para resolver o problema.
Como o sinal de internet nem sempre é dos melhores no campo, os dados e informações são enviados via satélite ao produtor.
POR QUE É DESTAQUE
As startups que levam tecnologia ao campo têm atraído cada vez mais os investidores.
No ano passado, quando o investimento no setor caiu 50% no país em relação a 2021, as agtechs foram na contramão. O volume de aportes nessas empresas se multiplicou por cinco em relação ao ano anterior e chegou a US$ 311,7 milhões (R$ 1,48 bilhão) em 2022.
Os dados são da Sling Hub, plataforma de inteligência de dados sobre o ecossistema de startups na América Latina.
NÚMEROS DO MERCADO
O mês de junho caminha para ser um período de exceção na atual ressaca de investimento de startups. Segundo a Sling Hub, o total de aportes na América Latina na primeira quinzena do mês chegou a US$ 401,1 milhões, avanço de 58,85% em relação a maio.
**INTERNET VIA SATÉLITE GANHA ESPAÇO**
O setor de internet via satélites de baixa órbita no Brasil deve ganhar em breve um novo competidor.
A britânica OneWeb prevê que sua cobertura estará disponível para o centro-sul do país no fim do terceiro trimestre.
Ao contrário de empresas do mesmo segmento que atuam no Brasil, entre elas a Starlink, de Elon Musk, o serviço da OneWeb não será ofertado diretamente ao consumidor, mas a empresas (como de telefonia) e instituições (governos).
ENTENDA
Os satélites de baixa órbita formam uma espécie de constelação a uma altitude de 500 a 1.500 km da Terra. Eles são não estacionários em relação à Terra e têm um tempo médio de vida de 7 a 10 anos.
Um dos principais benefícios do serviço é a promessa de entregar internet de alta velocidade em locais que têm pouco acesso às redes de fibra óptica, como em regiões isoladas.
As conexões por fibra óptica ou cabo no campo estão em menos de 40% dos domicílios, ante 64% nas cidades, segundo dados do Cetic.br divulgados em 2022.
SIM, MAS…
Como têm uma vida útil relativamente curta, esses satélites deixam um problema para trás: o lixo espacial.
QUEM ESTÁ NA JOGADA
Além de OneWeb e Starlink, há pelo menos outras seis empresas competindo para lançar ou completar suas constelações.
Uma delas é a Amazon, que planeja enviar ao espaço mais de 3.200 satélites como parte de seu projeto Kuiper.
Há ainda empresas como a ViaSat, que usa órbita geoestacionária —acima dos equipamentos de baixa órbita.
AS OPÇÕES AO CONSUMIDOR NO BRASIL:
Starlink: kit com antena por R$ 2.000, mais a mensalidade de R$ 184. Também há uma taxa de serviço e mais R$ 1.196,01 em impostos. Com velocidade média de 70,92 Mbps em downloads e 13,95 Mbps em uploads, é a mais rápida no último monitoramento feito pela Ookla, no primeiro trimestre do ano.
Viasat: planos que variam de R$ 179 a R$ 649 e não há custo de equipamento. Velocidade média de 14,41 Mbps em downloads e 1,42 Mbps em uploads.
HughesNet: se define como uma internet rural que funciona via satélite. Planos variam de R$ 189 mensais (20 giga de dados + bônus de 120) a R$ 299 mensais (100 giga + bônus de 200). Velocidade média de 9,41 Mbps em downloads e 2,12 Mbps em uploads.
**O QUE FEZ PESSOAS DEIXAREM A VIDA DE NÔMADE DIGITAL//
Poder fazer turismo enquanto trabalha, conhecer novas pessoas, culturas, idiomas… Os benefícios de ser nômade digital são divulgados com frequência por quem resolveu adotar essa rotina. E as desvantagens?
Elas existem e foram citadas à BBC por pessoas que resolveram desistir dessa vida.
EM NÚMEROS
Cerca de 35 milhões de pessoas adotam essa rotina e, até 2035, a estimativa é que 1 bilhão de pessoas devem aderir a ela, segundo o relatório global de tendências migratórias, de 2022, da Fragomen.
Mas por que as pessoas deixaram a vida de nômade digital?
↳ Saúde mental… Como você está sempre viajando, fica difícil manter amizades antigas, o que pode gerar sentimentos de solidão e depressão.
A britânica Lauren Juliff, que viveu cinco anos nessa rotina disse que passou a ter ataques de pânico e que eles só paravam quando ela imaginava que tinha uma casa.
↳ … E física: Juliff também contou que tinha intoxicações alimentares frequentes por depender apenas de comida de restaurante.
↳ Estrutura: não é todo nômade digital que consegue alugar uma hospedagem com uma estação de trabalho ou coworking. Ter que manter a produtividade com uma conexão de internet instável ou tendo que trabalhar da cama pode ser um empecilho a essa rotina.
↳ Burocracia: para poder viajar para diversos países, você precisa ter um passaporte poderoso, ou seja, ir a vários lugares sem precisar de um visto.
**FUNDOS DE AÇÕES RECEBEM ACIONISTAS DA ELETROBRAS**
Os fundos criados por bancos e corretoras para receber recursos de quem investiu na Eletrobras via FGTS no ano passado já somam cerca de 40 mil cotistas em seis meses.
Isso representa cerca de 11% das 370 mil pessoas que viraram acionistas da empresa elétrica via fundo de garantia.
ENTENDA
Esses fundos, ao contrário dos FMP Eletrobras que têm apenas ações da companhia, podem investir em outros papéis, inclusive em títulos de renda fixa.
Entre as vantagens, está a de o investidor possuir um ativo mais diversificado. Até por isso, a taxa de administração desses fundos (FMP Carteira Livre) é de 1,5% ao ano, bem maior daqueles apenas com ações da Eletrobras, que cobram cerca de 0,2% ao ano.
XP, BTG Pactual, Itaú, Santander, Genial e BB lançaram fundos nesses moldes entre o fim de 2022 e o início de 2023.
Para quem migrou para os FMP Carteira Livre, ou para os que permaneceram nos fundos de Eletrobras, o saque segue as mesmas regras que o resgate do FGTS, como aposentadoria, aquisição de imóvel ou demissão.
EM NÚMEROS
As ações da Eletrobras recuam cerca de 4,5% desde a privatização, que precificou os papéis em R$ 42 —na sexta (23), eles fecharam a R$ 40,08.
A maioria dos FMP Carteira Livre foi criada há menos de seis meses e não pode divulgar a rentabilidade acumulada no período pelas regras da CVM.
O XP Investor FMP, que foi lançado em 25 de novembro de 2022, tem retorno de 12,6% desde o lançamento.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
MERCADO
Lula vai anunciar Plano Safra recorde em tentativa de se aproximar do agro. Valor total deve ficar entre R$ 420 bi e R$ 430 bi; linhas também terão redução de juros.
UNIÃO EUROPEIA
Lula quer acordo UE-Mercosul menos econômico e mais estratégico. Presidente se reuniu com Macron e argumentou que segurança energética e alimentar deve ser razão do tratado.
INFLAÇÃO
Governo e BC discutem meta de inflação em reunião decisiva para política de juros. Encontro nesta semana pode mudar horizonte temporal de objetivo a ser perseguido pela autoridade monetária; Haddad já defendeu alteração.
JUSTIÇA
Fim de benefícios fantasmas com reforma tributária assombra governadores e empresas. Privilégio permite devolução de imposto que não foi pago e transferência de prejuízo entre estados.
RÚSSIA
Rostov, região da Rússia tomada por rebeldes, é importante centro de commodities. Região é grande produtora de grãos e vários oleodutos de petróleo e gás passam por seu território.
(ARTUR BÚRIGO – FOLHAPRESS)
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Fonte: Paraíba Online