Reconhecido internacionalmente o artista visual brejocruzense João Lobo, retorna à cidade natal com a palestra internacional ÍNDICE itacoatiara ingá: memória e contemporaneidade e O Tempo do Movimento: processo de criação, tecnologias e portfólios.
Realizada em diversas cidades brasileiras, museus e universidades da Argentina e Estados Unidos, João Lobo apresenta em Brejo do Cruz o trabalho que despertou interesse da comunidade artística e acadêmica internacional por desenvolver processos tecnológicos inovadores no contexto da arte contemporânea.
João Lobo, Doutor em Belas Artes pela Universidade de Lisboa, diz que “é uma grande oportunidade retornar às origens. Aqui eu nasci, aqui eu me criei, o inicio de tudo”. E citando o poeta Sitônio Pinto, “para além da vossa alma não há oceanos”, acrescenta “a minha alma está aqui”.
O artista visual luso-brasileiro investiga as relações entre arte e fotografia há quatro décadas e vai compartilhar parte dessa trajetória com o público da sua terra natal.
Na palestra, João Lobo debaterá sobre o processo criativo que o levou a executar seus mais recentes projetos, a exposição ÍNDICE itacoatiara ingá, inaugurada no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, com curadoria da professora portuguesa Sofia Marçal, durante as comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, ano passado, e o projeto O Tempo do Movimento, ainda inédito.
ÍNDICE itacoatiara ingá buscou apresentar um outro olhar sobre as famosas inscrições rupestres do Sítio Arqueológico Pedra do Ingá, no agreste paraibano. Esse projeto teve origem em 2004, e discute os limites da fotografia, estabelecendo um diálogo entre o analógico e o digital como plataforma para discutir a atualização tecnológica, suas inovações e a ampliação das possibilidades técnicas. Isso enquanto se debruça sobre um monumento arqueológico que dataria, segundo pesquisadores, mais de seis mil anos. Apresentado recentemente em Lisboa, este trabalho despertou interesse de artistas e pesquisadores do Brasil, Argentina, Estados Unidos, Portugal, França, Inglaterra, Espanha e Bélgica.
Por sua vez, O Tempo do Movimento amplia as concepções visuais e desvincula completamente a fotografia da sua relação com a representação tradicional, um trabalho com caracteres expandidos em que, a bordo de um trem em alta velocidade (180 km/h), a câmera afixada na frente da locomotiva, preparada para longas exposições, captou em apenas um frame todo o percurso do comboio. O que resultou em fotografias com até quatro horas de exposição.
As imagens resultantes desta experiência apresentam conteúdos visuais que ultrapassam a estética relacionada com a fotografia documental e atribuem outros valores representativos à fotografia na atualidade.
A apresentação deste trabalho ao público sertanejo, insere a região no contexto internacional quando disponibiliza à população local os mais avançados modos de criação artística da atualidade.
A palestra acontecerá no auditório da escola Terezinha Garcia, quarta feira (26), às 9 horas.
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Fonte: WSCOM