Na véspera dos 100 dias do governo Lula, a reforma tributária está no topo das expectativas e a taxa de juros lidera as preocupações de associações que representam diversos setores do empresariado.
Na opinião de José Velloso, presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), a reforma tributária é uma das prioridades para garantir a competitividade da indústria.
“É importante que o Brasil tenha responsabilidade fiscal, que seja cumprido esse arcabouço e que a gente consiga diminuir os juros”, afirma Velloso.
Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, pede tratamento diferenciado ao setor na reforma para reduzir a carga tributária, mas diz que o governo não tem dado sinais de que essa demanda será atendida.
Carlos Eduardo Gouvêa, da Abiis (também do setor de saúde), pede reforma administrativa.
“Não apenas a tributária, que já está em discussão, e que deve tratar o segmento de saúde de forma neutra, mas também olhar a questão do arcabouço fiscal. Seria o momento mais do que oportuno para a tão falada no passado, e momentaneamente esquecida, reforma administrativa”, afirma Gouvêa.
Na visão de Paulo Solmucci, da Abrasel (bares e restaurantes), o governo poderia ter evitado ruídos, mas ele diz que o setor está “confiante de que as dificuldades iniciais possam ser superadas”.
Para o setor de biocombustíveis, o saldo dos 100 primeiros dias do governo Lula atendeu as expectativas. De acordo com Donizete Tokarski, da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), o diálogo com o segmento resultou na elevação do percentual obrigatório da mistura do biodiesel ao diesel para 12% -a medida foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no mês passado.
Na opinião de Antonio Britto, diretor-executivo da Anahp (associação dos hospitais privados), a equipe econômica de Lula dá passos na direção certa, mas “o governo, como um todo, ainda parece tentar construir uma difícil unidade”.
(JOANA CUNHA – Folhapress)
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Fonte: Paraíba Online