Os desafios macroeconômicos atuais no Brasil, estão impondo uma discussão dura acerca da taxa SELIC no mercado financeiro, no mundo político e toda a sociedade. A redução ou aumento da taxa, nos afeta em diversos aspectos e tem influência na vida de muitos brasileiros, funcionando como uma taxa mínima de juros da economia e que impacta decisões de compra, na geração de empregos e, principalmente, em deliberações acerca de investimentos. Portanto, as decisões sobre ela devem ser assertivas.
As emissões de dívidas estão muito abaixo da média, tanto em termos de nº de emissões, quanto em volume de captação, taxa e prazo. Agora em março, por exemplo, a TAESA buscou R$ 1 bilhão com taxa de CDI + 1,5% e prazo de dois anos. Outra emissão com prazo de dois anos foi o da Ecovias no início de março. Para se ter uma ideia, o prazo médio das emissões no Brasil tem sido de mais de 5 anos.
As emissões de fevereiro de 2023 foram de R$ 6,6 bilhões, segundo dados divulgados em matéria recente do Valor Econômico. Ou seja, um quarto do volume levantado em fevereiro do ano passado. O fato é que, mesmo para empresas de maior porte, não está fácil acessar soluções financeiras visando a mitigação de riscos ou, simplesmente, tocar o dia a dia operacional.
A linguagem não é simples, os produtos financeiros ofertados são complexos e a cultura não é favorável. Além disso, percebe-se aumento dos níveis de endividamento e inadimplência, segundo dados da Febraban. O panorama de crédito de janeiro de 2023 demonstra redução de saldo e concessões de crédito, além da tendência de subida na inadimplência no seguimento PJ.
Não é incomum vermos empresas de todos os portes “reféns” dos bancos que concedem empréstimos (giro, financiamento etc.). Isso dificulta a adequada cultura de rentabilizar o capital de giro (próximo ao custo de oportunidade) e reservas de capital sendo mal remuneradas.
Não fosse apenas isso, estamos vivendo um risco de falta de liquidez no mercado de crédito no Brasil, face as atuais mudanças políticas e econômicas e, principalmente, em face das operações ocultadas por uma grande empresa do varejo brasileiro e que impactou todo o mercado de capitais.
No sistema do capital em que temos, há uma necessidade de se utilizar de soluções financeiras para alavancar as operações, mas, também, para aproveitar taxas de mercado e mitigar os riscos financeiros decorrentes da operação, seja de liquidez, seja de cambio por exemplo.
Para tomar decisões adequadas quanto as melhores soluções financeiras, em especial no cenário em que estamos, é necessário estabelecer uma adequada governança financeira com diretrizes claras quanto aos objetivos a serem alcançados, bem como um plano estratégico bem definido.
Muitas vezes, buscar alternativas de crédito in house através de levantamentos tributários ou realizar um swap ou um hedge significa “salvar” o seu negócio de riscos não controlados. Buscar um investimento para capital de giro ou para reservas pode significar entregar mais resultados para os acionistas.
E a melhor notícia. Estas soluções não estão disponíveis apenas para grandes corporações. O mercado financeiro está adaptado para entregar as melhores soluções financeiras para todos os portes de empresas, desde que o negócio entregue previsibilidade e transparência.
Sobre os autores
Fernando Cavalcanti
Economista, vice-presidente e sócio do NWGroup, tem buscado intensificar o processo de profissionalização e competitividade do grupo, além da busca constante pela inovação para promover impacto positivo na gestão empresarial e financeira, gerando economia de tempo e custos aos clientes atendidos. Hoje, o executivo soma às suas responsabilidades de vice-presidente e sócio, os cargos de Diretor Financeiro do Instituto Nelson Wilians.
Victor Hugo Moreira
Advogado, especialista em análise de riscos jurídicos e financeiros, hoje ocupa o cargo de Diretor da unidade NWGroup em Salvador, Bahia. Também é responsável técnico pelo núcleo nacional de M&A e Mercado de Capitais.
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Fonte: WSCOM