Opinião: Seleção Brasileira será comandada pelo maior técnico da geração


				
					Opinião: Seleção Brasileira será comandada pelo maior técnico da geração
Carlo Ancelotti comanda o Brasil na busca pelo hexa. Reprodução

É preciso deixar de lado o passado recente de desorganização, insucessos e completa bagunça vividos pela Seleção Brasileira para entender o tamanho do anúncio feito ontem.

A gestão do presidente Ednaldo Rodrigues ainda é desastrosa. A CBF vive, há anos, tempos sombrios. Toda a entidade virou referência em corrupção e aversão ao que se espera de uma organização futebolística. Mas a chegada de Carlo Ancelotti é um acerto. Mesmo sem a garantia de que vai trazer a sexta estrela à camisa amarela, ele é o maior treinador desta geração.

Preciso deixar claro que, para mim, o “maior” e o “melhor” podem – e costumam – ser diferentes. Isso vale para quem treina, mas também para quem joga. Quem não ouviu, nos últimos anos, o argumento de que “Messi é melhor, mas Cristiano é maior”, antes do hermano conquistar o mundo no Catar e encerrar a discussão? É justamente a sala de troféus que costuma desequilibrar a balança, ela valida os maiores. Os melhores, por sua vez, são os que encantam, desequilibram, inovam, mudam paradigmas, mas não associam isso às taças.

Não há, por exemplo, conversa sobre melhor técnico do século que não tenha Pep Guardiola puxando a fila. Com justiça. Um Barcelona encantador e um Manchester City avassalador chancelam a ideia. Mas para decidir o maior é preciso ir além. É aí que Carlo Ancelotti senta à mesa desacompanhado. No currículo são seis títulos nacionais conquistados nas “Cinco grandes ligas”. Campeão Alemão (Bayern – 16/17), Espanhol (Real Madrid – 21/22 e 23/24), Inglês (Chelsea – 09/10), Italiano (Milan – 03/04) e Francês (PSG – 12/13), único na história a conseguir tal feito, além do pentacampeonato da Liga dos Campeões da Europa com duas vezes com o Milan (02/03 e 06/07) e três com o Real Madrid (13/14, 21/22 e 23/24). Ninguém foi tão dominante quanto Don Carlo. Talvez nem tão resiliente.

Conhecido não por um estilo específico, mas por se adaptar e extrair de cada grupo de atletas o que de melhor eles tivessem a oferecer, o companheiro de Falcão na Roma dos anos 80, deixou, mesmo depois de ganhar tudo, o mundo da bola admirado durante a conquista europeia da última temporada. O Real Madrid daquela competição entrava em campo para ganhar cada partida, independente das condições: adversário retrancado à frente da área? Paciência, insistência. Adversário ofensivo, sufocando? Resistência, eficiência. Cada partida oferecia uma versão diferente de um mesmo time. Alternativas que só os grandes são capazes de buscar. Aqueles acostumados a vencer, mais do que apenas disputar.

Cheio de brasileiros por onde passou, Ancelotti é reconhecido por gerir elencos como poucos. Mas o que sempre foi considerado uma enorme vantagem agora vira desafio, já que ele nunca trabalhou num contexto parecido, sem o contato diário com o grupo de atletas. Com essas condições, terá muito trabalho para dar forma a um time há anos desajustado. É capaz de fazê-lo. É o maior.

É tão grande que chega sem medo das consequências. Será cobrado, claro. Mas não perderá um grama do tamanho que tem caso fracasse no comando do Brasil. Voltará sem demora a um grande clube do futebol mundial. Que essa teórica calmaria o permita trabalhar tranquilo.

Agora vamos combinar que todo o contexto da chegada de um nome tão vitorioso poderia ter sido muito menos conturbado. Depois de tanta incerteza e até “interinos” à frente do cargo, o ciclo para a Copa de 26 foi mutilado. Falta pouco mais de um ano para o mundial da América do Norte e o italiano terá apenas seis Datas Fifa até lá. 12 jogos.

Temos o melhor. Mas teremos tempo para que ele desenvolva o trabalho? Teremos continuidade para 2030 ou o projeto é, conscientemente, de tiro curto? Questões que jogam água no chopp de quem até tenta, mas não consegue se empolgar como antes com a Amarelinha. Logo ela, que não abre margens para debate de maior ou melhor. É unanimidade. E mesmo sendo desrespeitada, machucada por gestões amadoras, ainda consegue atrair os maiores.

No próximo dia 26, conheceremos os primeiros convocados de Ancelotti. A partir daí, seremos apresentados às ideias que ele tentará implementar no time. Vai dar certo? Impossível dizer. Nos resta torcer para que o maior treinador desta geração consiga o maior feito de sua vitoriosa carreira, coloque a Seleção de volta aos trilhos da glória e nos dê o luxo de, finalmente, sermos hexacampeões mundiais.

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Fonte: Jornal da Paraíba

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