55 anos depois, Let It Be ainda é o retrato do fim


				
					55 anos depois, Let It Be ainda é o retrato do fim
Foto/Reprodução.

Neste mês de maio de 2025, faz 55 anos que Let It Be chegou às lojas de discos. Foi o último álbum lançado pelos Beatles, mas não o último gravado.

O último gravado – Abbey Road – foi o penúltimo lançado. Com a icônica capa dos Beatles cruzando a faixa de pedestres, Abbey Road é de setembro de 1969.

Let It Be foi gravado em janeiro de 1969 em sessões de estúdio e num breve show ao vivo, o rooftop concert. Originalmente, a ideia era que se chamasse Get Back.

Get Back, como sugere o título, flagraria os Beatles em performances mais simples, sem maiores adornos. As gravações foram todas filmadas em 16 milímetros.

Em janeiro de 1969, os Beatles estavam somente a 15 meses da separação, e as sessões que resultaram em Let It Be são um retrato expressivo do fim do grupo.

As gravações foram produzidas por George Martin, que estava com os Beatles desde o início, mas havia também a presença de outro produtor, Glyn Johns.

Glyn John, que tinha 27 anos em 1969, chegou a apresentar a sua versão do álbum, ainda chamado de Get Back, mas o trabalho foi engavetado.

Em 1970, quando o rejeitado Get Back se transformou no aprovado Let It Be, nem George Martin nem Glyn Johns, o produtor já era outro: o lendário Phil Spector.

Phil Spector, o cara que criou o método de gravação conhecido como wall of sound, foi chancelado por John Lennon contra a vontade de Paul McCartney.

Muitos admiradores dos Beatles consideram Let It Be um disco menor. Eu, não. Sou contemporâneo do lançamento do disco e sempre gostei muito dele.

Mas sei perfeitamente que é um trabalho imperfeito, desigual e cheio de problemas com a escolha do repertório e a ordem em que as músicas foram postas no disco.

Paul McCartney nunca aceitou o que Phil Spector fez com The Long and Winding Road. Segundo Paul, não cabiam as cordas e o coro que o produtor botou na canção.

Paul McCartney ficou tão insatisfeito com Let It Be que, mais de 30 anos depois, lançou outra versão do disco e lhe deu o nome de Let It Be…Naked.


				
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Foto/Reprodução.

Let It Be…Naked corrige, por exemplo, um erro de Phil Spector no disco de 1970, deixar de fora Don’t Let Me Down. Em Naked, Don’t Let Me Down foi resgatada.

Let It Be…Naked também retira as cordas e o coro de The Long and Winding Road. Tecnicamente, o som de Let It Be…Naked é melhor do que o de Let It Be.

Mas, como grande admirador dos Beatles, prefiro o Let It Be produzido por Phil Spector em 1970 ao Let It Be…Naked de que Paul McCartney foi avalista em 2003.

Nunca entendi porque as faixas do show ao vivo não estão juntas no lado B de Let It Be. Dig a Pony (segunda do lado A) e Don’t Let Me Down (ausente) ficariam perfeitas somadas a I’ve Got a Feeling, One After 909 e Get Back, no lugar de The Long and Winding Road e For You Blue, que seriam deslocadas para o lado A.

O fato é que os produtores às vezes não enxergam obviedades que nós, meros ouvintes, enxergamos. Exemplo disso é George Martin não ter incluído Strawberry Fields Forever e Penny Lane no Sgt. Pepper, erro que, mais tarde, ele próprio admitiu.

Voltemos a Let It Be. O disco, sim, tem problemas, mas as críticas que a ele são feitas não resistem à constatação de que, naquelas 12 faixas, há alguns clássicos dos Beatles.

Let It Be é o disco que tem Let It Be, The Long and Winding Road e Get Back, as três, compostas por Paul McCartney. E também Across the Universe, de John Lennon.

I’me Mine, rock/waltz assinada por George Harrison, só foi finalizada em fevereiro de 1970. É a última sessão de estúdio dos Beatles. Já com John Lennon ausente.

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Fonte: Jornal da Paraíba

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