
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, participará, neste sábado (15), do Festival Cultural da Memória Camponesa, em Sapé, na Paraíba. O evento celebra os 100 anos da líder camponesa Elizabeth Teixeira e será realizado na Praça João Ursulo, às 18h.
Durante a cerimônia, o ministro anunciará um conjunto de medidas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar e à reforma agrária.
As iniciativas incluem ações para o incentivo à produção sustentável, projetos de irrigação para ampliar a oferta de alimentos saudáveis e o repasse de recursos para a restauração do Memorial das Ligas e Lutas Camponesas.
O evento reunirá autoridades, movimentos sociais e a comunidade local para homenagear Elizabeth Teixeira, uma das figuras mais emblemáticas na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais no Brasil.
Medalha a Elizabeth Teixeira
Durante a celebração do centenário de Elizabeth Teixeira, a líder camponesa será homenageada com a Medalha Epitácio Pessoa. A honraria, de autoria da deputada Cida Ramos, foi aprovada pela Assembleia Legislativa da Paraíba esta semana.
Quem é Elizabeth Teixeira
Foi companheira de João Pedro Teixeira, com quem se casou à revelia de seu pai, fazendeiro e comerciante. Junto com o marido, atuou na luta pela terra no Estado, na Liga Camponesa da Paraíba. Presa várias vezes, perseguida pela ditadura e por jagunços, teve que ir para a clandestinidade após o assassinato do marido, João Pedro Teixeira, em 1962.
Após a morte de João Pedro, ela assumiu a presidência da Liga Camponesa de Sapé e depois a Liga no Estado. Elizabeth não se curvou às ameaças dos latifundiários e deu continuidade à luta por trabalho digno, reforma agrária e justiça no campo.
Fugindo da perseguição, Elizabeth e os 11 filhos não conseguiram seguir juntos para escapar da morte, indo cada um para um canto diferente do Brasil. Ela foi presa diversas vezes, perdeu dois filhos assassinados e uma filha cometeu suicídio. Na clandestinidade, adotou um nome falso e ficou escondida por 17 anos.
Em 1964 ela aceitou o convite do cineasta Eduardo Coutinho para participar do documentário “Cabra Marcado para Morrer”, onde interpretaria a si mesma no filme que conta a história das Ligas Camponesas e do assassinato de João Pedro.
Os anos que seguiram até os dias atuais foram marcados por uma batalha insistente de nunca se desvencilhar da luta rural. Num Brasil que viveu a redemocratização, Elizabeth seguiu reivindicando a importância da reforma agrária, participando de movimentos, eventos, articulações políticas.
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Fonte: Jornal da Paraíba